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Cuidando dos pais: é hora de trazê-los para morar na sua casa?

Publicado em 19 de outubro de 2022

Muitos filhos já enfrentaram ou ainda passam por essa difícil decisão. Quando os pais começam a apresentar limitações físicas ou cognitivas, é esperado que se discuta como dar maior segurança e melhorar o bem-estar deles. Uma das opções cogitadas é a mudança deles para a casa de um dos filhos.

Afinal, pode ser a hora de retribuir os cuidados à pessoa que dedicou tanto da sua própria vida a você, não é mesmo?

Não é bem assim.

Como tudo que diz respeito às nuances do envelhecimento e do comportamento humano, não existem regras pré-estabelecidas para situações como essa. Vários fatores precisam ser considerados antes de se tomar uma atitude que pode mudar tanto a rotina de todos os envolvidos.

Antes de tudo, você já se perguntou se a moradia atual do seu pai ou da sua mãe pode ser suficiente?

Muitas vezes a decisão de trazer os pais para morar na casa dos filhos tem relação com aspectos físicos da moradia atual, que dificultam a autonomia e elevam os riscos no dia a dia da pessoa idosa. A opção pela mudança neste caso não pode ser intempestiva, já que algumas adaptações podem ser feitas na casa para garantir ao idoso uma moradia mais segura. 

Algumas pessoas tendem a supor que as adaptações são muito custosas, tanto do ponto de vista de tempo como financeiro, ao nível de torná-las tão inviáveis que preferem forçar a mudança do idoso para sua própria casa, um ambiente que elas acreditam ser mais controlado e seguro. Isso é um erro. Com o incrível avanço da geroarquitetura, existe uma série de medidas de baixo investimento que podem ser aplicadas rapidamente, ampliando o bem-estar, a autonomia e a segurança da pessoa sênior dentro da sua própria casa. 

Por isso, evite tomar medidas precipitadas. Afinal, viver dentro da própria casa pode ser fundamental para a saúde emocional do idoso. 

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Chegou a conclusão de que a mudança é mesmo necessária?

Então lembre-se: Se a ideia da mudança para a sua casa é o idoso estar melhor cuidado e com acompanhamento, comece entendendo sua rotina e não negligencie as adaptações físicas da residência para acomodá-lo. Repita mais vezes a pergunta: você está realmente pronto para ajudá-lo no que for preciso? Cuidado. Existem detalhes que passam despercebidos e que podem “custar caro” na relação de cuidado e no convívio.

Existe grande possibilidade de você e outras pessoas da família não estarem disponíveis o tempo todo, principalmente com o passar dos meses. Além disso, ao restringir a autonomia da pessoa idosa devido a falta de simples adaptações, você está prejudicando o seu bem estar emocional, que pode levar desde aquele leve sentimento de tristeza até quadros de depressão. 

Partindo para o ponto de vista do bem estar físico, aqui vai um dado relevante: 60% a 70% das quedas e acidentes  entre a população idosa acontecem dentro de casa. As consequências são, em geral, muito ruins para toda a família, começando pelo idoso que se torna mais dependente, e para os parentes com quem coabitam já que acabam por ter suas responsabilidades ampliadas.

Portanto, considere adaptar sua casa para receber os seus pais com maior tranquilidade e segurança. Itens simples, mas que fazem toda a diferença, devem ser verificados como: tapetes, escadas, pisos escorregadios, alturas dos móveis, qualidade da iluminação, etc.. Mesmo os menores detalhes importam.

Lembre-se: a mudança da pessoa idosa para a casa dos filhos deve contribuir com o seu bem-estar e segurança, e isso implica também em fazer o possível para criar um ambiente que garanta a preservação de sua autonomia e independência.

A nova moradia é muito distante da residência anterior?

E aqui vamos a outro critério geralmente negligenciado. A ansiedade por cuidar e afastar os pais de um suposto perigo pode levar você a subestimar a importância do local da moradia anterior. Apesar de estar longe do trabalho, seja por causa da aposentadoria ou por algum outro afastamento compulsório, o idoso mantém uma vida social fora da sua casa. Estamos falando desde as conversas com os vizinhos até as habituais visitas ao mercado e à padaria, por exemplo. 

Ao mudar-se para um local distante, novos hábitos devem ser adquiridos. Normalmente visto como pequenas entre os jovens, estas mudanças têm grande impacto na vida do idoso. 

É importante, portanto, que você ajude a pessoa idosa no cultivo desta nova rede social que vai se formar próximo da nova moradia. Atente-se também se não é desejo do idoso visitar ocasionalmente locais que lhe eram familiares antes da mudança.

Atenção! A opinião do idoso importa.

Isso deveria ser óbvio, mas a ansiedade de ajudar pode fazer com que os filhos esqueçam que os pais não são crianças. O desejo da pessoa idosa deve ser respeitado sempre que possível e, por isso, esta mudança não pode ser forçada, ela precisa ser construída a muitas mãos.

É bom lembrar que envelhecer em sua própria casa dentro da sua comunidade, com autonomia, segurança e independência é sempre a melhor opção. Essencial para garantir um envelhecimento saudável, a autonomia da pessoa idosa deve ser preservada ao máximo, ainda que existam algumas restrições físicas. Por isso, é importante evitar visões simplistas acerca da resistência do idoso em morar com um filho. Muitas vezes confundido com mera intransigência, o desejo da pessoa idosa é fundamental para o seu bem-estar, e precisa ser considerado seriamente.

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Não se trata apenas da pessoa idosa.

Leve em consideração que a decisão de mudança afetará todos os envolvidos e, sim, isso inclui você. A ansiedade em levar mais conforto e segurança aos pais não pode criar um ambiente difícil para a família. É muito importante ter a consciência de que a presença dos pais dentro da sua casa afetará a rotina para você, seu cônjuge, seus filhos. 

Afinal, a mudança não envolve apenas reservar um quarto para o idoso. O novo morador deve receber toda a atenção necessária para que seja corretamente acolhido, sinta-se à vontade e adapte-se mais facilmente à nova casa. Isso pode significar alterações relevantes na rotina que vão desde os horários das refeições até a perda de privacidade. 

Por isso, é muito importante que exista um diálogo franco com toda a família, para alinhar as expectativas e garantir um ambiente saudável.

Durante este planejamento, pode até acontecer da família perceber que não conseguirá atender plenamente as necessidades da pessoa idosa. E isso não é necessariamente ruim. Com uma comunicação clara em uma discussão madura com todos os envolvidos, é possível avaliar sem medo outras opções como contratar um cuidador de idosos ou até mesmo procurar uma casa de repouso.

Garanta que as responsabilidades estejam bem definidas.

A depender do grau de autonomia da pessoa idosa, pode ser necessário que mais de um membro da família ajude nos cuidados. Neste cenário, o planejamento se torna ainda mais fundamental. O diálogo deve ser claro e a participação de cada familiar deve ser definida já no começo do convívio, de forma que ninguém fique sobrecarregado.

Trazer os pais para a sua casa não resolve problemas antigos.

Se o relacionamento com a pessoa idosa não é próximo o suficiente ou existem mágoas e questões pendentes entre vocês, trazê-la para a sua casa poderá apenas acentuar os problemas. É importante não alimentar a ilusão de que um convívio obrigatório pode aproximar as pessoas. Em geral, o resultado é exatamente o oposto.

Neste caso, tente resolver todas as questões que os afligem antes da mudança do idoso. O melhor caminho, inclusive, é contar com a ajuda especializada de um profissional.

Cuidado para não ter a culpa como motivo.

O anseio de retribuir os cuidados que seus pais tiveram com você durante boa parte da sua vida pode ser acompanhado de um sentimento de culpa que precisa ser evitado. Se o motivo principal da mudança de residência do idoso acontecer por causa de uma ideia de obrigação e culpa, a consequência pode ser um processo doloroso para todos.

Portanto, não ignore a importância de fazer um planejamento adequado. Com este simples cuidado, você evitará atritos que prejudicam a convivência no dia a dia e ainda vai atingir o seu objetivo principal que é garantir o bem-estar da pessoa idosa.

Dicas para melhorar a rotina de convívio com pais idosos

A mudança é só o começo. Afinal, trata-se de membro da família e não um simples hóspede. Assim, aqui vão algumas dicas rápidas para facilitar essa adaptação da pessoa idosa:

  • permita (e incentive) que ela realize alguma atividade da casa dentro de suas capacidades, como cozinhar ou fazer as compras, por exemplo;
  • assegure que ela tenha um espaço somente dela, onde possa ter privacidade;
  • faça um esforço para adaptar seus horários de refeições aos hábitos dela;
  • leve-a com você em atividades externas, sempre que possível;
  • incentive que amigos que a visitavam em sua antiga casa, continue visitando-a na nova residência;
  • inclua-a nas decisões sobre a gestão da casa, quando possível;
  • tente resolver qualquer atrito rapidamente, com conversa franca e direta.

Com algumas regras simples, boa vontade e um pouco de resiliência, este convívio será muito positivo para toda a família.

Comunicação é a chave, sempre.

Finalmente, quando a mudança de residência acontece, manter uma comunicação clara e afetiva é essencial. A pessoa idosa precisa ser incluída nas decisões, mesmo que sejam necessárias muitas conversas, e todos os membros da família devem acolhê-la com carinho e compreensão para facilitar a adaptação a esta nova fase. Provavelmente, acontecerão alguns atritos, mas que sejam parte de um aprendizado maior, sempre em busca do bem-estar de toda a família.

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Este artigo foi redigido por

Gerson Barth
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Sou Gerson Luis Barth, fundador da Human Care Brasil, Cirurgião Dentista especializado em Gerontologia, pai apaixonado do Frederico e da Antonella e da mamãe e esposa Sheila.

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