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Maduros e Atemporais – A busca pelo Envelhecimento Ativo

Publicado em 8 de junho de 2022

O movimento em torno do crescimento do envelhecimento demográfico tem gerado o interesse em viver mais e melhor. O processo do envelhecimento, embora irreversível, pode ser planejado e adaptado a novos hábitos e rotinas que transformem para melhor o tempo e o convívio que temos com nossas famílias, amigos e a comunidade ao nosso redor.

Para contextualizar esse fenômeno, a Organização Mundial da Saúde em seu documento de 20027 conceitua e idealiza o envelhecer como envelhecimento ativo, e toma por base quatro pilares, por vezes simultâneos, atrelados às atividades de:

  • saúde (bem-estar biopsicossocial);
  • participação social;
  • segurança e proteção;
  • e aprendizado ao longo da vida.

As diferentes velhices mostram como estes quatro fatores influenciam nos mais variados desfechos. Enquanto alguns que têm a oportunidade de envelhecer seguindo as boas práticas de vida, outros sofrem prematuramente com os declínios impostos de forma sorrateira pelo avanço da idade.

No entanto, o aproveitamento de tais oportunidades são frequentemente confundidas com o conceito equivocado de rejuvenescimento. Portanto, é importante ressaltar de imediato: envelhecimento ativo e saudável não é sinônimo de imortalidade5. Muito dessa corrente de informação, ou desinformação, é propaganda para impulsionar padrões que roubam a beleza, a paz de espírito e a felicidade, passando a saúde ser coadjuvante com o seu “eu” interior.

Rir de si mesmo, aceitar gafes, tropeços ou trocas de nomes, são um ótimo termômetro para estar bem resolvido com a vida.

Agora, isso não significa cruzar os braços e aceitar pacificamente os problemas da jornada do envelhecimento. É claro que sentir-se mais “jovem”, tanto fisicamente como emocionalmente, contribui muito com a autoestima e autoconfiança, impactando na qualidade do bem-estar biopsicossocial. Viva o bom senso!!

Quem são os idosos que hoje buscam um envelhecimento ativo?

O interesse pela qualidade de vida tem marcado uma geração que se caracterizou pela identidade e autonomia e que quebrou paradigmas e barreiras. Também conhecidos como “baby boomers”10, eles nasceram em grande número no pós-guerra (entre 1946 e 1964) e hoje estão se transformando no grande e emblemático contingente de idosos que preconizam e protagonizam o ideário de uma vida tradicional e segura, porém cada vez mais conectados e com apetite para consumir mais, realizar mais e aprender mais3.

Esse contingente já representa mais de 15% da população brasileira com estimados 32 milhões de pessoas. O crescimento vai além dos números, e aparece também na expectativa de vida de 76,8 anos (dado de 2020 – estima-se que com a pandemia a média possa baixar em torno de 4 anos). A mulher ainda tem, em média, uma expectativa de vida 8 anos superior à do homem. Elas também representam a maioria dos grisalhos, sendo 54% mulheres e 46% homens. É uma geração extremamente importante para a economia, já que consome, atualmente, praticamente 20% do PIB. E esses números tendem a ser ainda maiores, porque a estimativa da população idosa para 2050 é de 68 milhões de brasileiros4,6.

O arquétipo do idoso no Brasil é também representado por outros dados sociodemográficos interessantes: 83% vivem em zonas urbanas, outros 14% vivem sozinhos (majoritariamente mulheres). Anualmente, há um incremento aproximado de 700.000 idosos, com um aumento substancial, ano após ano, do número de super idosos (acima de 80 anos) e dos cada vez mais frequentes centenários, que entre os anos de 2000 e 2020 pularam de 14.000 para mais de 30.000 pessoas4,6

Como pensam aqueles que buscam por um envelhecimento ativo?

Por muitos também chamados de geroadolescentes, estes adultos maiores de 60 anos com “cabeça” de jovens, estão transformando o pensar das carreiras de trabalho, do trabalho em si, do consumo, do lazer, do relacionamento amoroso, da família e da própria finitude3. Tratam do tempo como seu maior bem, e têm trazido a cultura da prevenção e das atividades proativas para as rodas de conversas e para os consultórios médicos. O objetivo, é claro: manter a saúde física e mental para preservar a autonomia e independência.

A questão para eles não é a morte, e sim morrer antes de viver!!

Para a maioria dos grisalhos “adolescentes” é difícil perceber-se envelhecido. Reconhecem limitações, mas não renunciam aos seus sonhos. Pegaram gosto por envelhecer de forma leve, ativa, esperançosos, mas acima de tudo realistas. Fazem escolhas com convicção, porque já descobriram que escolhas erradas ou pessoas erradas contaminam seu precioso tempo. Declaram-se autossuficientes, mas têm consciência de suas perdas atuais e futuras e da finitude da vida5.

Saiba mais sobre os desafios pela busca por um envelhecimento saudável neste artigo de Gerson Barth.
Leia mais

Onde estão estas oportunidades para a busca de boas práticas de envelhecimento?

Do ponto de vista das ciências da saúde, da prática baseada em evidências científicas e do avanço galopante da ciência de dados, estamos vivendo uma oportunidade de ouro para antecipar probabilidades de declínios de saúde, de melhor planejar diretivas e modelos de atenção em saúde pública e privada, e, principalmente, de indicar a melhor conduta para o tratamento das enfermidades5. A grande novidade dos novos tempos é que a busca pelo envelhecimento ativo agora pode ser apoiada pela inteligência artificial. Ao dispor de dados e informação podemos entender como os idosos vivem em nossa comunidade, em suas casas, fazer prevenção de riscos, entender o ciclo de envelhecimento e planejar ações. 

Em analogia, é como pilotar um avião com mais de 200 vidas sem fazer um plano de voo. Tudo, absolutamente tudo, é calculado! Naturalmente que esse processo de gestão se inicia pelo rastreio e coleta de dados que são armazenados e documentados num eficiente sistema de informação. Nenhum indicador deve ser negligenciado. Os dados passam por uma medição e validados dentro de parâmetros já conhecidos pela ciência baseada nas evidências. O resultado é um “score” de probabilidades que norteiam as decisões do comandante e de sua equipe para a melhor tomada de decisão. Parece complexo, mas um bom sistema de gestão simplifica e qualifica as ações de uma equipe bem treinada.

O exemplo acima é perfeitamente aplicado para as práticas e modelos de saúde. Mais ainda, quando observado o caráter singular que “um” único voo precisa para decolar, o sistema de gestão em saúde baseado em inteligência artificial pode respeitar o contexto e a individualidade de cada pessoa. E isso é fantástico, já que amplia o olhar e a qualidade da atenção ao mesmo tempo que direciona recursos de forma inteligente5. O alcance e as oportunidades a partir desta prática são essenciais para pensarmos em uma sociedade que pretende dar valor à vida, à cidadania e em consonância com os estatutos e leis vigentes1,2.

Você está no caminho certo para um envelhecimento ativo?

Ouça e preste atenção no seu corpo e nos pequenos sinais. Não esqueça que esses são os “dados” do seu plano de voo. Se algo parecer diferente busque orientação.

  • Confie no planejamento e na prevenção precoce da sua saúde física (lembre-se: saúde mental é tão importante quanto);
  • Mantenha-se ativo e praticando exercícios
  • Faça uma correta avaliação e adaptação de sua casa
  • Siga cuidadosamente as prescrições medicamentosas
  • Mantenha sempre que possível sua família envolvida e não hesite em pedir ajuda externa
  • Procure e conheça todas as possibilidades e recursos que sua comunidade dispõe para sua ocupação e lazer.

E por que essas dicas são tão importantes? Em 30 anos teremos um contingente proporcionalmente muito maior de idosos em relação ao contingente de jovens. Paralelamente, o quadro de doenças agudas, tipicamente comum às populações jovens, sofrerá uma grande guinada para um quadro de enfermidades crônico-degenerativas, complexas e onerosas,  que são mais prevalentes na população idosa. Percebe como o investimento em um envelhecimento ativo é vital para toda a nossa sociedade? Um super desafio tanto para governos, entes privados, sociedade como um todo, mas, principalmente, para o nosso “eu”, nossa autoconsciência e autogoverno5.

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Afinal, como alcançar o envelhecimento ativo?!

O envelhecimento populacional além de um fenômeno também é individual. E esse movimento traz consigo o ideal de “Aging in Place” – envelhecer em casa, onde as pessoas mais se sentem identificadas, seguras e satisfeitas. As estratégias como a do serviço Moradia Segura, da Human Care Brasil, têm por objetivo estabelecer esse elo salvaguardando o idoso no aconchego do seu lar, dos seus amigos mais próximos, de seus familiares e da sua comunidade.

E esse desejo precisa ser satisfeito também pelo respeito às oportunidades, às vontades individuais e aos direitos fundamentais. Preceitos que são desafiadores para uma sociedade cada vez mais intergeracional e que será cada vez mais plural e heterogênea5. Independente disso, a cada dia, são novas vidas que começam aos 60 anos. Vidas essas, que querem fazer do tempo seu grande aliado, afinal um sopro pode levar tudo embora!

Mensagem final: pelo escritor

Planejamento e intervenção precoce são sinônimos de prevenção, mas no envelhecimento tem um significado muito particular quando falamos da atitude individual, o que isso significa: agir fazendo boas escolhas e um bom planejamento, pensando nas perdas de habilidades e fragilidades comuns do avanço da idade, significa saber lidar de forma consciente e proativa com a correção de hábitos e a observação das rotinas, especialmente onde mais estamos: nossas casas. O que também significa dizer que quanto maior a exposição aos fatores de risco maior a probabilidade de desfechos ou declínios indesejáveis ao longo da vida!!

Envelhecer é a melhor coisa que pode acontecer em nossas vidas. A questão é: o que estamos fazendo hoje para que o amanhã seja melhor??

“Desafie-se: a agenda do amanhã começa agora!”

E a geração dos super idosos está aí!! Vai ser cada vez mais comum centenários entre nós. O estilo de vida, a medicina, a ciência e a tecnologia estão desafiando os limites biológicos da vida. Até onde poderemos viver bem??... 110, 120 ... 130 anos?? Quem arrisca dizer?

“Na minha próxima vida, quero viver de trás para frente!” Woody Allen

REFERÊNCIAS

  1. BRASIL. Constituição (1988), Lei 13.466, Brasília, 2017
  2. Estatuto do Idoso - Ministério da Saúde - 3. ed., 2. reimpr. - Brasília: Ministério da Saúde, 2013.
  3. Hipe 50+, https://hype50mais.com.br/ pesquisado em 10/05/2022.
  4. IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 2010.
  5. Tratado de geriatria e gerontologia / Elizabete Viana de Freitas ... [et al.]. - 3.ed.  - Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013.
  6. PNAD – Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio, 2015.
  7. WHR – World Health Report: WHO, 2002;
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Este artigo foi redigido por

Gerson Barth
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Sou Gerson Luis Barth, fundador da Human Care Brasil, Cirurgião Dentista especializado em Gerontologia, pai apaixonado do Frederico e da Antonella e da mamãe e esposa Sheila.

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